Nunca me sinto suficiente
- Renata Gastao Antonelli Vargas
- 16 de mar.
- 2 min de leitura

A sensação de nunca ser bom o suficiente é uma experiência humana comum, que ecoa nos corredores da psique com um tom de melancolia e insatisfação. Sob a ótica da psicanálise, essa angústia não é apenas um sentimento passageiro, mas um reflexo de dinâmicas complexas que se entrelaçam desde a infância.
O eco do passado na construção do "eu"
A psicanálise nos ensina que a forma como nos percebemos e nos relacionamos com o mundo é moldada pelas experiências da infância. As interações com nossos cuidadores primários, especialmente a mãe, deixam marcas profundas em nosso inconsciente. Se, durante essa fase crucial, experimentamos falta de reconhecimento, críticas excessivas ou expectativas irreais, internalizamos a crença de que somos inadequados.
Essa sensação de insuficiência se torna um padrão que se repete ao longo da vida, influenciando nossas escolhas, relacionamentos e a forma como lidamos com os desafios. Buscamos incessantemente a aprovação externa, na esperança de preencher o vazio interno que nos assombra.
O superego implacável e a busca pela perfeição
A psicanálise também nos apresenta o conceito de superego, a instância psíquica que internaliza as normas e valores sociais. Em algumas pessoas, o superego se torna excessivamente crítico e punitivo, alimentando a sensação de inadequação.
A busca pela perfeição, impulsionada por um superego implacável, se torna uma armadilha. A cada conquista, a régua da exigência se eleva, tornando a satisfação uma meta inalcançável. O medo do fracasso e da desaprovação se torna um fardo constante, impedindo a pessoa de desfrutar plenamente suas realizações.
O desejo insaciável e a falta de reconhecimento
No cerne da sensação de insuficiência, reside um desejo insaciável de reconhecimento e validação. Acreditamos que, ao alcançar determinados objetivos ou conquistar a admiração alheia, finalmente nos sentiremos completos. No entanto, essa busca externa raramente sacia a fome interna.
A psicanálise nos convida a olhar para dentro, a explorar as raízes dessa insatisfação e a construir uma relação mais gentil e compassiva com nós mesmos. Ao invés de buscar a perfeição inatingível, podemos aprender a reconhecer e valorizar nossas qualidades e conquistas, cultivando a autoestima e a autoconfiança.
A jornada de autodescoberta
A sensação de nunca ser bom o suficiente não precisa ser um fardo eterno. Através da psicanálise, podemos iniciar uma jornada de autodescoberta, explorando as camadas do inconsciente e elaborando as experiências passadas.
Ao compreendermos as origens dessa angústia, podemos desenvolver mecanismos de defesa mais saudáveis, aprender a lidar com o superego crítico e cultivar a auto compaixão. Aos poucos, a sensação de insuficiência perde força, dando lugar a uma maior aceitação e amor próprio.
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